A mulher mais velha do Brasil e uma rainha negra no pantanal: conheça a história de mais 4 mulheres neste último artigo da nossa série em homenagem ao dia das mulheres

A mulher mais velha do Brasil e uma rainha negra no pantanal: conheça a história de mais 4 mulheres neste último artigo da nossa série em homenagem ao dia das mulheres

Estamos no segundo e último artigo da nossa série, onde contaremos uma breve história de algumas ilustres representações femininas para o estado de Mato Grosso.

A luta pelos direitos femininos começou há muitos anos, mas persiste até os dias atuais. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

Confira!

Ligia Borges foi eleita ao cargo de prefeita municipal de Rosário Oeste, nas eleições de 1946, aos 42 anos de idade e tomou posse em 1947, concluindo a sua gestão municipal em 1950.

Foi a primeira mulher a comandar a construção de uma usina hidrelétrica em Mato Grosso e no Brasil. Hábil, com o apoio de grandes políticos do PSD, seguiu com os olhos brilhantes às obras da Usina Tombador, numa queda do rio Serragem, no município de Nobres-MT, para o abastecimento de energia elétrica em Rosário Oeste e Nobres, no final da década de 40.

Atuante, se destacou na política nacional, não só por ser mulher, mas pelo seu dinamismo e iniciativas. Lígia Borges de Figueiredo faleceu a 05 de outubro de 1990.

Ana Maria dedicou parte da sua vida ao esporte e à educação. Foi atleta no clube esportivo Fluminense, diplomou-se em Educação Física no Rio de Janeiro em 1944, cursou História, em seguida Contabilidade e, por fim, fez parte da primeira turma da recém inaugurada Faculdade de Direito de Mato Grosso. Deu aulas de Educação Física e História na Escola Normal Pedro Celestino, no colégio Coração de Jesus e na Escola Estadual, atual Liceu Cuiabano, onde foi também diretora. Além de atleta, professora e contadora, Ana Maria foi advogada, promotora judiciária, radialista, apresentadora de televisão e presidente do seu amado Clube Esportivo Dom Bosco.

O auge da sua vida política ocorreu no dia 31 de janeiro de 1965, quando foi eleita presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, com sete dos 13 votos dos vereadores. No discurso de posse, disse: “aos ilustres membros do nosso legislativo, que confiaram em mim a significação deste honroso mandato que se inicia, cabe-me expressar a sinceridade do meu melhor agradecimento, reafirmando a todos os presentes o meu propósito de cumprir e fazer cumprir os ordenamentos jurídicos que disciplinam a nossa vida orgânica, zelando pelo decoro e pelo bom nome da Casa Cuiabana, em nome do seu povo que nos deu oportunidade de sermos úteis à cidade que nos serviu de berço”. (…) “sentimos que o nosso município precisa ser pensado para que, da comunhão dos nossos ideais e sentimentos, resulte bem nítido o projeto real da cidade moderna que desejamos que seja nossa heróica Cuiabá”.

Ana Martinha era filha de escravos, presenciou a libertação dos negros no Brasil. Durante os séculos de vida, foi memória viva da história da Baixada Cuiabana e do Brasil. Quem conviveu com ela a descreve como uma mulher lúcida, com saúde e boa memória, que passou os seus últimos dias no Pedra 90.

Conhecida como a mulher mais velha do Brasil, ela chegou a entrar para o Guinness Book (Livro dos Recordes) como a mais velha do mundo. Os documentos dela estavam no Reino Unido, onde eram analisados para inclusão no Guinness Book. Seu trabalho foi como cozinheira até os 103 anos, numa fazenda de Várzea Grande.

Tereza viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho até ser assassinado por soldados do Estado. O Quilombo do Piolho também era conhecido como Quilombo do Quariterê (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Esse quilombo foi o maior do Mato Grosso.

Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a líder do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas.

Tereza comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumentos de trabalho, visto que dominavam o uso da forja.

Não se tem registros de como Tereza morreu. Uma versão é que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso, por volta de 1770, e outra afirma que Tereza foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.

O Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho. A população na época era de 79 negros e 30 indígenas.

Em homenagem a Tereza de Benguela, o dia 25 de julho é oficialmente no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data comemorativa foi instituída pela Lei n° 12.987/2014.

Fonte:

A imprensa de Cuyabá

Camara Municipal de Cuiabá

Baixada Cuiabana

UFRB

Cuiabá Mais

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *