Estamos no mês das mulheres e a palavra que eu tenho hoje, para todas nós, pode ser um pouco diferente das convencionais mensagens de força e carreira que temos visto por aí. Vamos começar falando sobre a relação mulher-mãe.
Estive conversando com minha equipe esses dias e surgiu o questionamento: o que é ser mulher sem ser mãe? A sociedade ainda impõe a ideia de que uma mulher só é mulher se tiver filhos. É muito comum mulheres com 50 anos, que optaram por não gerar um filho, passarem por questionamentos do tipo: “Mas você não é mãe? Por quê? Você não quis?” Tudo com certo espanto e dó.
É engraçado como muitos ainda enxergam a mulher como genitora, e fica até um certo “vazio” discursivo quando não se é mãe. Analise diversas campanhas publicitárias sobre o dia da mulher. Você verá muitas peças com mulheres e crianças, reforçando o paradigma da mulher-mãe. Isso me soa muito engraçado, de certo modo, afinal ser mãe vai muito além de ter filhos. Mas enfim, voltando à discussão, quando falamos em mulher temos que pensar que existe uma diversidade de mulheres.
Ser mulher para mim, antes de tudo, é compreender qual é o nosso propósito de vida, incluindo o propósito divino, afinal a nossa vida tem que ter um sentido, uma direção e um significado. A mulher tem que entender qual o seu papel ancestral, de ligação e de energia. Aliás, não tem como uma mulher ser inteira se ela não passou pelo ritual de ter tido mulheres por perto, porque a mulher se constitui com mulheres que ela vive, ela agrega a energia feminina.
Vivenciamos um contexto que foge daquele ancestral, e hoje a mulher vive em busca de ser autossuficiente. No entanto, precisamos entender que houve um processo criador que colocou a mulher e o homem de acordo com a estrutura e com a capacidade de cada, sendo cada um no seu local, com energias diferentes. A estrutura anátomo-biológica e biopsíquico de ambos são diferentes, e essa informação é científica.
Quando eu vou exemplificar essa diferença, peço para os homens baterem palmas, depois somente as mulheres, e o que se identifica são sons diferentes. Homens batam palmas e o som é mais agravado e das mulheres mais agudo. Isso é por causa do contexto da nossa estrutura, o corpo está botando para fora o som da estrutura. Então, mulheres, tenham consciência que cada um tem seu papel, e não é preciso fazer tudo!
Começa aqui uma autoavaliação necessária a todas nós. Precisamos mesmo fazer de tudo para chegar ao sucesso, à autossuficiência e ao “posso fazer tudo”? Vivemos uma certa sobrecarga, porque “temos” que ser heroínas, ter um cargo importante, mostrarmos que somos empreendedoras, tudo somado a uma supermãe, que gerencia todo o lar e a uma esposa exemplar. Quantos pratos a mais nós mulheres temos que equilibrar?
Os resultados são muitas mulheres frustradas, depressivas, cansadas dessa busca louca, dessa autoexigência e das frustrações de coisas pequenas, como não conseguir molhar as plantas porque teve que participar de uma reunião, por exemplo. Calma mulheres, não temos e não precisamos dar conta de tudo!
Eu sempre falo para as mulheres: aquiete o seu coração e escute o que a sua alma está dizendo para você, porque às vezes as mulheres querem seguir a tendência e a loucura imposta a nós na atualidade. Muitas, infelizmente, têm se perdido nesse caminho, e famílias e suas gerações posteriores também vão ter prejuízo por conta disso.
A mulher pode fazer tudo que ela quiser e estar onde ela quiser, mas ela não precisa ter prejuízos que a adoeçam mais tarde. Não olhe tendência, olhe o que ficou bom pra você, o que é confortável e te faz mais feliz. Exemplificando, às vezes têm muitas mulheres andando de salto e você tem que andar de salto, mesmo que infeliz, porque todo mundo está usando esse calçado.
Para tudo! Coloca a sua rasteirinha no pé e seja tão grande quanto, porque a mulher não precisa ter um salto para ser grande. Nós podemos ser grandes estando até de pé no chão. Na verdade, essa grandeza é determinada por você. Tenha em mente que nós somos amadas, filhas de Deus, que nos ama e nos colocou neste mundo com um propósito. Nossa vida tem um significado, tem um sentido e direção, e essa não é a direção que o mundo determina, mas sim uma direção divina.
Sonia Mazetto – Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante