As flores sempre tiveram significados simbólicos nas culturas de todo mundo por suas cores chamativas, variedade de espécies e sutileza. Essas características, instigaram pessoas a criarem mensagens codificadas através delas.
Confira neste artigo algumas curiosidades sobre essa “linguagem das flores”, perpetuada pela alta sociedade dos séculos passados.
COMO SURGIU ESSA LINGUAGEM?
Tudo começou na região da Antiga Pérsia, onde as flores já eram usadas como forma de comunicação entre os séculos XVII (17) e XVIII (18).
A prática de usar uma linguagem das floral foi sendo difundida pela Europa a partir do momento em que o Rei espanhol Carlos II importou os símbolos da Antiga Pérsia.
O primeiro dicionário de floriografia foi escrito em 1818, na França, pelo autor Mme. Louise Cortambert – que usou o pseudônimo de Charlotte de La Tour. O conteúdo do dicionário, abordava questões de, por exemplo, como demonstrar intenções e sentimentos usando as unicamente as flores. Cada uma passava uma mensagem diferente de acordo com sua espécie e cor.
Os gestos feitos com as flores também faziam parte do diálogo, por exemplo, se ao receber de presente uma flor que indicasse uma pergunta, ao estender a mão direita a resposta seria positiva, mas ao estender a mão esquerda, a resposta seria negativa.
Entre as nações em que as flores tinham importância simbólica, destaca-se a Inglaterra que, na era Vitoriana (1837-1901), criou um sistema de código das flores, colocando-as em um campo de conhecimento chamado “floriografia”. A floriografia passou a servir como código para que a população pudesse se expressar publicamente sobre diversos assuntos que não podiam dizer abertamente, tornando-se uma maneira de expressar os sentimentos para outras pessoas sem dizer uma palavra.
Apesar de difundida há muito tempo, historicamente, considera-se que a linguagem das flores surgiu no Reino Unido, na era Vitoriana.
As regras definidas pela rainha tinham a intenção de tornar a população mais “educada”, por isso, durante o tempo em que vigorou seu reinado, o país passou por diversas mudanças culturais, econômicas e políticas.
A partir de então, as flores começaram a fazer parte da vida dos ingleses, fosse para sinalizar uma intenção de iniciar um relacionamento, ou como o aviso de uma traição.
Existem muitas espécies de flores e cada uma tem um significado diferente. Por isso, falar de todos deixaria este artigo muito grande.
Caso se interesse mais pelo assunto, recomendo a leitura do livro “A linguagem das flores” de Charlotte de La Tour.
SIGINIFICADO DE ALGUMAS FLORES
Em uma sociedade onde os sentimentos eram barrados atrás de janelas de formalidades, o jardim de flores se tornou um campo aberto para as expressões. Por exemplo, enviar para alguém uma simples Violeta, seria uma indicação de que sempre seria verdadeiro (a) com o remetente.
Como outro exemplo, podemos citar o próprio relacionamento da Rainha Vitória com o futuro rei, Albert. Durante os tempos de cortejo, Albert enviava para Vitória buquês de orquídeas, indicando que seu amor por ela era tão raro quanto as próprias flores. E quando a Rainha enviou de volta um buquê com alguns Crisântemos Vermelhos, demonstrou sua afeição ao pretendente, sem dizer uma única palavra.
Já as flores como as Rosas Vermelhas, eram universalmente entendidas como “amor”, e a adição de Samambaias, por exemplo, transformaria a mensagem de amor, em uma de sinceridade.
Já a Acácia Amarela, representava a promessa de uma amizade, fidelidade. e um ramo de Alecrim, simbolizada a remomeração. Quando colocados juntos, a Acácia Amarela e o ramo de Alecrim simbolizavam uma declaração poética.
Nem todas as flores representavam o amor, ou o desejo por ele. O Cravo Listrado, por exemplo, indicava uma negação para o avanço no cortejo. Enquanto os Lírios Amarelos, simbolizavam falsidade.