Essa bolsa amarela surge a partir de um embrulho que tia Brunilda manda para sua família. Essa tia era muito boa e sempre mandava coisas para eles, porém sempre eram coisas para gente grande, mostrado no trecho a seguir: “E nunca fiquei com nada. (…) Aí no dia que a roupa pifava, a gente ajeitava daqui e dali, e a roupa ficava pra mim. Eu não dizia nada.” (BOJUNGA, 2017, p. 26).
Nesse dia, veio a tal bolsa amarela, da qual ninguém gostou e então resolveram dar para a pequena. A partir desse momento, Raquel começa a soltar a sua imaginação e as histórias começam acontecer.
Quando as suas vontades vão se intensificando, a de ser escritora acaba predominando. Ela resolve começar a escrever um romance. Quando seu irmão descobre o pequeno romance, mostra para toda a família e os mesmos acabam zombando dela, dizendo que criança não tem capacidade para escrever essas coisas. “[…] o pessoal ficou de novo contra mim, e eu comecei a desconfiar que ser escritora quando é criança não dá pé.” (BOJUNGA, 2017, p. 21). A menina começa a ser reprimida e resolve começar uma amizade com um amigo imaginário chamado André. Seu irmão descobre também sobre André e debocha de Raquel, e com isso, ela inventa outra amiga imaginária com o nome de Lorelai.
A história retrata vários episódios, dos quais a uma mistura entre fatos reais e fantásticos, que a própria Raquel vai criando, uma aventura espiritual se inicia, onde a menina segue rumo à sua afirmação como pessoa. Por se sentir repreendida, esconde seus desejos dentro da bolsa amarela, usando a imaginação para se libertar da realidade opressora da qual vive.
Raquel usa de sua imaginação para se sentir livre, e a família reprime ainda mais por ela fantasiar, porém ela não liga com esse fato e então começa a viver inúmeras aventuras ao lado de seus amigos: Afonso, o Guarda-Chuva, o Terrível e a Linha Forte.