Coronel Emirella revela que algumas mulheres rejeitam visita da Patrulha por vergonha da família e de vizinhos

Coronel Emirella revela que algumas mulheres rejeitam visita da Patrulha por vergonha da família e de vizinhos

Em entrevista ao Cast do Bom do site O Bom da Notícia nesta terça-feira (25), a tenente-coronel Emirella Martins, coordenadora de Polícia Comunitária e Direitos Humanos e comandante do programa de Policiamento Patrulha Maria da Penha, em Mato Grosso, revelou que algumas mulheres ainda rejeitam as visitas dos policiais às suas residências, no monitoramento às medidas protetivas de urgência, deferidas pelo Judiciário.

“Há ainda alguns casos em que as mulheres não desejam o atendimento da Patrulha Maria da Penha, às suas casas. Nós nunca investigamos os motivos, de fato, para esta resistência, mas extraoficialmente, a gente suspeita que em quase todas as situações elas ocorrem porque estas vítimas têm vergonha de ter a Polícia Militar na sua residência. Por conta dos comentários que isto podem gerar junto aos vizinhos. Mas há também aquela situação que, infelizmente, ocorrem devido às facções criminosas que acabam impedindo que a vítima não aceite a visita para não ter a Polícia dentro do bairro, porque nossa guarnição é como qualquer outra”, disse.

Emirella revela que mesmo que o contingente policial que atua na Patrulha tenha crescido, ele ainda é pequeno diante das necessidades. Ou seja, o efetivo atual é o grande desafio do programa que busca atingir o maior número de mulheres.

“Infelizmente, nem todos aqueles pedidos que chegam ao Judiciário são atendidos pela Patrulha Maria da Penha pelo fato do nosso efetivo ser insuficiente. Por exemplo, aqui em Cuiabá, contamos hoje com seis policiais dentre mulheres e homens. Então assim é humanamente impossível a gente ter condição de acompanhar todos que precisam”.

Ao lembrar que no Estado existem hoje à disposição da Patrulha Maria da Penha, 98 policiais, 39 deles com mulheres na realização destes atendimentos e 12 veículos exclusivos deste programa de policiamento.

Na última sexta-feira (21), a Patrulha Maria da Penha completou três anos de sua implantação no Estado. A ação tem como base o atendimento de medidas protetivas de urgência decretadas pela Justiça. Mas a Patrulha atua não só em parceria com o Poder Judiciário, mas ainda com o Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Judiciária Civil e vários coletivos e instituições que construíram, no estado, uma rede de proteção às mulheres vítimas de violência. 

Atualmente, são atendidas pela Patrulha 32 cidades de Mato Grosso, dentre eles estão Cuiabá, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Sinop, Sorriso, Rondonópolis, Jaciara, Alto Araguaia, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, General Carneiro, Primavera do Leste, Ribeirãozinho, Torixoréu, Novo São Joaquim, Cáceres, Tangará da Serra, Juína, Juara, Alta Floresta, Primavera do Leste, Comodoro, Pontes e Lacerda e Querência – mais os distritos de: Indianópolis, Vale dos Sonhos e Itaquerê.

Na capital mato-grossense, como em outros municípios do Estado, a Polícia Militar acompanha e monitora de perto aquelas mulheres que já sofreram algum tipo de agressão, seja verbal, física ou até ameaças de homens com os quais mantinham algum tipo de relacionamento íntimo e de confiança. 

Redação: Luciana Nunes/Marisa Batalha/O Bom da Notícia

Fonte: O bom da notícia

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