O Brasil concentra 1/3 de todos os casos de tuberculose na região das Américas; cerca de 80.012 brasileiros adoeceram em 2023
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A forma extrapulmonar, ou seja, que afeta outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.
Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.
TRANSMISSÃO
A transmissão acontece por via respiratória, ou seja, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose, sem tratamento. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pulmonar e/ou laríngea, sem tratamento, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.
A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. As bactérias que se depositam em roupas, lençóis, copos e talheres dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença.
Importante: Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.
A bactéria é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A etiqueta da tosse – que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir – também é uma medida importante a ser considerada.
SINTOMAS
A doença tem como principais sintomas:
– emagrecimento acentuado;
– tosse com ou sem secreção por mais de três semanas;
– febre baixa (geralmente à tarde);
– sudorese noturna;
– cansaço excessivo;
– falta de apetite;
– palidez;
– rouquidão.
Recomenda-se que toda pessoa com sintomas respiratórios por um período maior do que três semanas seja investigada para tuberculose.
DIAGNÓSTICO
No Brasil, o diagnóstico da TB (tuberculose) é realizado conforme preconizado no Manual de Recomendações Para o Controle da Tuberculose no Brasil, sendo subdividido em: diagnóstico clínico, diferencial, bacteriológico, imagem, histopatológico e por outros testes diagnósticos.
O diagnóstico laboratorial da TB é fundamental tanto para a detecção de casos novos quanto para o controle de tratamento. O principal objetivo da rede de laboratórios vinculada ao controle da TB deve ser o de detectar casos, monitorar a evolução do tratamento e documentar a cura no fim do tratamento. Para o diagnóstico laboratorial da tuberculose são utilizados os seguintes exames:
– teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) ou baciloscopia;
– cultura;
– teste de Sensibilidade aos fármacos.
Além do diagnóstico laboratorial, a avaliação clínica é de suma importância para o diagnóstico da TB e a realização da radiografia do tórax é indicada como um método complementar para esse diagnóstico.
TRATAMENTO
O tratamento pode durar seis meses a um ano e é feito à base de antibióticos. O tratamento é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das dificuldades no combate à tuberculose é a falta de adesão ao tratamento – por ser longo e apresentar resultados rápidos, alguns pacientes o abandonam – o que acaba por provocar o desenvolvimento de uma forma da doença resistente aos medicamentos, conhecida como tuberculose multirresistente.
Fonte: Fiocruz e Ministério da Saúde.