Ano Bissexto: O Calendário Ganha um Dia Extra! Descubra os Segredos e Curiosidades Deste Ano Especial

Ano Bissexto: O Calendário Ganha um Dia Extra! Descubra os Segredos e Curiosidades Deste Ano Especial

29 de fevereiro pode ser considerado como o dia mais raro do nosso calendário, afinal, ocorre apenas uma vez a cada quatro anos. Aos 20 anos, João dizia brincando que tinha, na verdade, 5 anos. E não era pela aparência (nem por um suposto comportamento infantil) — é que o jovem nasceu em 29 de fevereiro, um ano bissexto.

Aos que nascem no dia 29 de fevereiro, cabe escolher comemorar no dia 28/02 ou no dia 01/03 – quando não se trata de um ano bissexto. João, por exemplo, comemora no dia 1 de março. Mas não neste ano. Em 2024, a festa será no dia certo!

Mas afinal, porque o ditador romano Júlio César decidiu acrescentar um dia no mês de fevereiro, há mais de dois mil anos atrás?

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O ano bissexto serve para ajustar o ano civil (que tem duração de 365 dias) com o ano solar, associado ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol. O tempo que a Terra gasta para sair de uma posição de sua órbita e voltar novamente para este mesmo lugar é de 365,242189 dias, ou 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos- aproximadamente. Para entender a origem dos anos bissextos, é importante saber algumas características dos primeiros calendários, utilizados no império romano, e que influenciaram na contagem atual de tempo.

Nos primeiros caledários romanos, Rômulo, o fundador de Roma, dividiu o ano em 304 dias – agrupados nos 10 meses correspondentes aos ciclos lunares, contados a partir do dia do equinócio de primavera no hemisfério norte. Eram excluídos do calendário os dias entre o fim do ano do calendário romano vigente e o próximo equinócio de primavera que iniciaria o novo ano. Seu sucessor, Numa Pompílio, criou um novo calendário dividido em 355 dias, agrupados em 12 meses, mas a cada 2 anos era necessário adicionar um mês de 22 ou 23 dias na contagem do ano, para que o ano marcado no calendário coincidisse com o ano solar. 

Já em 45 a.C., no peocesso de criação do calendário juliano/agostiniano, o astrônomo Sosígenes foi convocado por Júlio César para transformar o calendário romano em um calendário solar, alinhado pelas estações do ano, à semelhança do calendário egípcio já então em vigor.  

Ele estabeleceu o chamado ano comum, com 365 dias divididos em 12 meses, alguns com 30 dias e outros com 31, de forma que em cada mês pudessem ser observadas as 4 fases da Lua. Além disso, acrescentou 1 dia de 3 em 3 anos, após 25 de fevereiro, criando assim o ano bissexto. 

A estátua acima de Júlio César foi esculpida por Nicolas Coustou em 1696 e hoje está exposta no museu do Louvre

O erro da inserção de anos bissextos de a cada três anos em vez de quatro foi detectado cerca de trinta anos mais tarde. Julga-se que este erro tenha sido corrigido pela supressão de anos bissextos no período entre 12 a. C. e 3 d. C. Em 8 d.C., Augusto, que sucedeu Júlio César, fez algumas mudanças e a partir deste ano o dia extra era acrescentado após o dia 24 de fevereiro, de quatro em quatro anos, como um duplo dia 24. 

E em 1582, o Papa Gregório reorganizou as datas e mudou o dia bissexto, que era 24 de fevereiro, para o dia 29 de fevereiro. Com o apoio do astrônomo Christopher Clavius, o papa ainda determinou que o dia posterior a 4 de outubro de 1582 fosse 15 de outubro, para diminuir a diferença de 11 dias que havia sido gerada desde o período juliano. Alguns chamam os dias adicionados entre estas datas de “dias que nunca existiram”. O calendário gregoriano é usado até hoje na maior parte do planeta, mas há exceções, como os cristãos ortodoxos, que não seguiram a igreja do ocidente e permaneceram com o calendário juliano/agostiniano, que acumula atualmente uma diferença de 13 dias em relação ao gregoriano. 

Se não fossem consideradas as 6 horas a mais que a Terra gasta para completar o movimento de translação, em 372 anos, nós teríamos um atraso de 3 meses entre o ano solar e o ano civil. E quais seriam as consequências? 

Sabemos que, dependendo da posição que a Terra está em relação ao Sol, um hemisfério estará recebendo mais, menos ou igual intensidade da luz solar, e isto define as estações do ano em épocas e hemisférios diferentes. 

Sem os anos bissextos, após 372 anos, mesmo estando no calendário civil na data de junho, por exemplo, a Terra ainda estaria na posição que indica o mês de março no ano solar. Com isso, nós do hemisfério sul, não estaríamos recebendo a quantidade de luz que causa o inverno, mas sim a que causa o outono.

Para saber se um ano será bissexto, basta que ele seja divisível por 4. O ano de 2020, por exemplo, é divisível por 4, logo, é bissexto. Mas, para anos centenários (1900, por exemplo) a regra é que ele seja divisível por 400.

Fonte de pesquisa: Espaço do Conhecimento – UFMG

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