Conheça o dorama da Netflix sobre o Autismo: Uma Advogada Extraordinária

Conheça o dorama da Netflix sobre o Autismo: Uma Advogada Extraordinária

As séries coreanas têm, há um tempo, dominado cada vez mais as plataformas de streaming, especialmente a Netflix.

Quando o dorama ”Uma Advogada Extraordinária” chegou no catálogo, trazendo como protagonista uma advogada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – apaixonada por direito, leis, kimbap e baleias – os telespectadores se derreteram pelo carisma da personagem.

Neste artigo, vamos falar sobre o dorama ”Uma Advogada Extraordinária” e como a representação do TEA na obra inspirou a comunidade autista.

FICHA TÉCNICA DA SÉRIE

Título: Uma Advogada Extraordinária

Ano de produção: 2022

Direção: Yoo In-sik e Moon Ji-won

Estreia da série: 29 de Junho de 2022

Classificação: 16 – Não recomendado para menores de 16 anos

Gênero: séries dramáticas, séries de tribunal e Coreanos.

Estrelando: Park Eun-bin (O Rei de Porcelana), Kang Tae-oh (Na Direção do Amor) e Kang Ki-young (Moment of Eighteen).

O ENREDO DA SÉRIE

Recém-contratada por um grande escritório de advocacia, chamado “Hanbada”, uma jovem brilhante com espectro autista enfrenta desafios dentro e fora do tribunal.

Junto à uma equipe de outros advogados recém-contratados, Woo demonstra ter uma excelente memória de todas as leis – sendo uma grande vantagem para o time em que atua. Em cada episódio, o espectador consegue acompanha o desenrolar de vários processos jurídicos.

São raras as exceções em que algum episódio é longo e acaba se dividindo, pois a dinâmica da série é abordar rapidamente os casos e focar nas habilidades de Woo, enfatizando principalmente o seu desenvolvimento na comunicação.

O AUTISMO NA SÉRIE

Na primeira cena, o pai diz a Woo Young Woo “olhe aqui para o papai” e a protagonista não olha. Esta é uma das características do transtorno: a pessoa com autismo tem muita dificuldade em fazer contato visual. Em outras partes da série, Young Woo, já adulta, deixa claro que olhar no olho é algo muito difícil para ela.

Outro destaque desta primeira cena é que a protagonista, ainda criança, olha para uma baleia. Isso nos mostra, desde o início da série, sobre o interesse restrito que ela possui. Interesse restrito é uma das condições que podem fazer parte do TEA.

Enquanto a protagonista olha para as baleias, ela também balança o seu corpo de um lado para o outro. Aqui vemos outra situação que pode estar presente no transtorno: as estereotipias. 

Enfim, o drama acompanha a personagem Woo Young Woo, uma advogada que acabou de se formar na faculdade de Direito. Ela foi considerada uma das melhores alunas da universidade, tornando-se referência no país por ser a primeira advogada autista.

Entretanto, apesar de sua excelente classificação no exame da ordem, os escritórios de advocacia recusaram oportunidades a Woo por ser uma pessoa autista.

Em outros momentos, é possível perceber diferentes manifestações do TEA na personagem, como por exemplo:

  • Não estabelece contato visual com desconhecidos;
  • Prefere comer kimbap, que consiste em arroz com legumes enrolado em algas (próximo ao sushi que conhecemos);
  • Possui amplo conhecimento sobre baleias, e os repete sempre que pode;
  • Ao se apresentar usa a frase de ação, remetendo-se ao seu nome de forma engraçada: “O meu nome, não importa a ordem em que for lido, ainda vai ser Woo Young Woo, como: catraca, caneca, casaca, cômico e careca. Woo Young Woo!”.

A PERSONAGEM FOI INSPIRADA NUMA MULHER NORTE AMERICANA

A personagem foi inspirada em uma pessoa real, a norte-americana Temple Grandin, uma cientista, zootecnista, designer industrial americana e escritora. Apesar do dorama não focar na parte científica, os produtores afirmaram que se inspiraram em Grandin para desenvolver a protagonista (Woo Young Woo). Outro motivo, é que os sul-coreanos preferem séries jurídicas.

Temple Grandin

A principal inspiração veio pela forma que Grandin e a protagonista da série aprendem: através das imagens. Woo sabe diversos fatos e curiosidades sobre as baleias, que adquiriu com livros, jogos e filmes, além de saber localizar todas as leis.

Essa relação vai de encontro ao que Temple Grandin relatava pois, segundo ela, quando alguém diz (ia) a palavra “igreja”, sua mente não associa a palavra a uma imagem de um único local, mas, sim, uma série de imagens de todas as igrejas que ela já conheceu e registrou em sua mente anteriormente. Assim, ela só consegue compreender a palavra caso tenha visualizado uma imagem dela antes.

Fontes:

Netflix

Autismo e Realidade

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