Dia 25 de julho comemora-se o “Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha”. Essa data surgiu com o intuito de ressaltar a resistência e a luta pela liberdade das mulheres negras. A história de Tereza de Benguela é incerta, pois pouco se sabe de fato, sobre esta grande mulher devido a perca de documentos históricos sobre a mesma.
Ao que se sabe, Tereza viveu no século XVIII e ao tentar escapar de uma expedição, acabou caindo em uma armadilha feitos pelos quilombolas. Após ser resgatada foi levada até José Piolho, líder do Quilombo do Piolho também conhecido como Quilombo do Quariterê (fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Esse quilombo até então, foi o maior do estado de Mato Grosso.
Em Mato Grosso, aliás, possivelmente nenhum fato histórico evidenciaria melhor a hipótese de alianças entre escravos de origem africana e os ameríndios americanos do que o que ocorreu no “Quilombo do Piolho”, também chamado Quariterê ou Quaritetê, atacado de madrugada, nas matas do rio Galera, no vale do rio Guaporé, e destruído em 1770 após várias décadas de existência a mando do Capitão-General Luís Pinto de Souza, através da expedição comandada pelo sargento-mor João Leme do Prado. A bandeira que o destruiu retornou a Vila Bela conduzindo os escravos capturados, trazendo grandes jacás recheados de mantimentos, peneiras confeccionadas com talas de taquaritinga, balaios repletos de bolos de polvilho e de milho e ainda panelas de barro contendo mel e melado, o que mostra o elevado nível de organização em que já se encontrava o quilombo. (SILVA, 1998, p. 228).
Mais tarde, ambos se casaram e após o assassinato do companheiro ela tornou-se a rainha do Quilombo. Sobe sua liderança a comunidade negra e indígena prosperou além de resistir à escravidão por duas décadas. Não se tem registros de como Tereza morreu de fato. Uma das versões é que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso em 1770, e outra afirma que Tereza foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.
O empenho e esforço de Tereza de Benguela é de suma importância para a história, principalmente para a luta das mulheres negras, espaço na sociedade, e na luta por igualdade. Inclusive, sua inspiradora história já foi enredo das escolas de samba: Unidos da Viradouro (Rio de Janeiro) em 1994 e da Barrocos da zona sul (São Paulo) em 2020.